Tag Archives: Crédito Consignado

A melhor linha de crédito para fechar a conta no fim do ano

Imagem

São Paulo – Dezembro e janeiro, além de serem meses de festas e férias para muitos, também são períodos de grandes despesas. Viagens, compras de Natal, material escolar,pagamento do décimo terceiro de empregados domésticos, IPTU, IPVA e matrículas são alguns dos gastos que deixam o orçamento mais pesado que o normal nessa época. Por isso, muitos consumidores acabam recorrendo a empréstimos para conseguir fechar as contas.

Se esse for o seu caso, vale a pena estudar quais linhas de crédito oferecidas no mercado podem ser mais vantajosos nesse momento. Veja a seguir.

Parcelamento direto com os cobradores

O IPTU e o IPVA podem ser pagos à vista ou em parcelas sem juros. Como os descontos obtidos pelo pagamento à vista muitas vezes são maiores que o rendimento de diversos investimentos, havendo recursos disponíveis para fazer o pagamento de uma só vez, o consumidor sairá ganhando.

Ao pagar o IPVA em três parcelas para deixar odinheiro investido na poupança, por exemplo, em três meses o rendimento obtido na caderneta seria de 1,27% (simulação da Calculadora do Cidadão referente ao período de setembro a novembro). O ganho é maior fazendo o pagamento à vista, uma vez que o desconto de 3% é superior ao rendimento da poupança.

Quando não há possibilidade de fazer o pagamento à vista, no entanto, o pagamento parcelado dos impostos é a melhor opção pois não há cobrança de juros, como ocorreria se fosse contratado um empréstimo.

Agências de turismo e lojas que vendem material escolar também costumam permitir que o pagamento seja parcelado. Apesar do parcelamento não ser intrinsecamente isento de juros (pois é possível pedir desconto para pagar à vista), eles costumam ser mais baratos do que os empréstimos em bancos.

Empréstimos pessoais

Se não houver condições de realizar o pagamento à vista ou parcelar diretamente com os cobradores, então resta contratar uma linha de crédito com as instituições financeiras.

Nesse caso, o crédito consignado será a melhor opção. Como nessa linha o desconto é feito diretamente da folha de pagamento, os bancos cobram juros menores por existirem mais garantias de que a dívida será honrada. O crédito consignado normalmente é disponibilizado para funcionários de grandes empresas, servidores públicos, aposentados e militares.

Segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa de juros média do crédito consignado atualmente é de 1,8% ao mês.

Quem não tiver direito ao crédito consignado deve pesquisar a linha mais vantajosa. “O empréstimo é de fato um produto e diferentes linhas em diferentes bancos podem ter custos bem diferentes”, afirma Ronaldo Gotlib, advogado especializado nas áreas de Direito do Consumidor e Direito do Devedor.

Gotlib acrescenta que no banco em que o cliente já possui relacionamento, ele pode obter juros menores. “Os bancos oferecem um crédito melhor para o cliente seguindo duas premissas: o relacionamento com banco e as garantias que eles têm sobre o pagamento por parte do cliente”, afirma.

Se for preciso contratar um crédito pessoal, vale ressaltar que as linhas oferecidas por financeiras podem ser as piores do mercado. Como essas instituições fazem empréstimos não só a clientes com perfil de crédito positivo, elas cobram altos juros para poder assumir mais riscos.

Linhas de crédito especializadas

Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac, afirma que os salários costumam cobrir apenas metade das despesas do final e do início do ano, segundo estudos feitos pela instituição. “Por isso, alguns bancos oferecem linhas de crédito específicas para clientes que precisam de crédito no final e no início do ano”, diz.

Segundo ele, essas linhas de crédito especiais costumam ter juros menores do que as do empréstimo pessoal. “Enquanto um empréstimo pessoal tem juros de 4,5% ou 5% ao mês, essas linhas terão juros de 3,5%”, explica.

A Caixa, por exemplo, oferece uma linha de crédito especial para viagens, o CDC Turismo. O empréstimo pode ser pago em até 24 meses e as taxas de juros são de 2,70% ao mês. O Itaú também possui uma linha de crédito para viagens. O prazo de pagamento é em até 48 meses e para o empréstimo ser liberado, o cliente precisa apresentar o comprovante de venda da agência de turismo, da companhia aérea ou outro documento que comprove as despesas com a viagem que deseja fazer. Os juros do empréstimo são definidos de acordo com o perfil do cliente.

Cartão de crédito e cheque especial

O cheque especial e o rotativo do cartão de crédito devem ser as últimas opções do consumidor. Apesar de fáceis de usar, pois o crédito cai automaticamente na conta, essas linhas têm as maiores taxas do mercado.

BB e Cade acordam fim de exclusividade em crédito consignado

Matéria de hoje do Jornal Valor Econômico:

BRASÍLIA – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) assinou acordo com o Banco do Brasil (BB) no qual o banco público se compromete a deixar imediatamente de exigir que os funcionários públicos que recebem a remuneração pelo banco só obtenham crédito consignado com a instituição. A decisão desta quarta-feira foi unânime e sem restrições.

Assim, os servidores públicos estão livres para contratar crédito com desconto em folha de pagamento em qualquer outra instituição financeira. Pelo acordo, o BB vai desembolsar quase R$ 100 milhões, sendo que R$ 65 milhões vão para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) e R$ 34 milhões referem-se à multa aplicada pelo Cade pelo descumprimento da medida preventiva, do ano passado, que obrigou o banco a cessar o contrato de exclusividade.

O acordo entre o Cade e o BB abrange não apenas os contratos que vierem a ser firmados, mas também os já existentes. A tentativa do BB em manter a exclusividade no empréstimo com desconto em folha para servidores que recebem seus salários no banco já foi derrotada duas vezes no Poder Judiciário, em novembro de 2011 e janeiro deste ano.

Banco do Brasil chegou a questionar no decorrer do processo a competência do Cade para julgar uma ação anticoncorrencial no setor financeiro, alegando que apenas o Banco Central poderia atuar na questão. Hoje, o conselheiro Marcos Paulo Veríssimo, relator do processo, reiterou que o colegiado tem competência para analisar questões do mercado financeiro porque, entre outros fatos, está tratando de atos fins. “As competências do Cade e do BC são complementares, sendo possível a jurisdição do Cade no âmbito da concorrência no setor financeiro”, afirmou.

Foi a Federação Interestadual dos Servidores Públicos Municipais e Estaduais (Fesempre) que entrou com representação na Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça contra o banco público, o que levou a instaurar o processo no Cade. O conselheiro Veríssimo disse que ela deve ser uma “fiscalizadora privada” do que foi firmado.

O BB argumentou também que outros bancos, sem citar nomes, adotam a mesma prática. O conselheiro Veríssimo disse que vai encaminhar a alegação do banco público à Superintendência-Geral do Cade para que ela analise a questão.

(Murilo Rodrigues Alves | Valor)